O neurocientista Miguel Nicolelis afirmou nesta segunda-feira (8) que a ciência "não é de ninguém, mas sim da humanidade", ao responder se o seu trabalho, publicado há dois meses na capa da revista "Science", poderia ser considerado como de autoria de um brasileiro.
O pesquisador é sabatinado hoje no Teatro Folha, no shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo. Seus entrevistadores são Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha de S.Paulo, Gilberto Dimenstein, membro do Conselho Editorial da Folha, Hélio Schwartsman, articulista do jornal, e Suzana Herculano-Houzel, neurocientista e colunista do caderno Equilíbrio.O paulistano Miguel Ângelo Laporta Nicolelis chefia um grupo de 30 pesquisadores no Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke (EUA). Ele pesquisa as possibilidades de integrar o cérebro às máquinas. Busca o desenvolvimento de próteses neurais para a reabilitação de pacientes que sofrem de paralisia. Neste ano, ele criou uma técnica para tratar os sintomas do mal de Parkinson com suaves impulsos elétricos na medula espinhal.
"Se os testes em macacos forem tão bem quanto em ratos, deveremos começar testes clínicos em 2010", disse o neurocientista, acrescentando que a pesquisa começou a enxergar o mal de Parkinson como uma alteração córtex do cérebro --além da alteração no córtex motor.
"Estimulamos a medula espinhal, que estimula o sistema motor como um todo. A idéia e restaurar a mobilidade pela interface cérebro-máquina", observa.
Ele exemplificou o estudo com o fato de que, quando o pé toca o chão, a prótese envia o sinal para o córtex --assim como os comandos cerebrais chegam à prótese.
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